Sala D. João V
A designação dada a esta sala advém do retrato de D. João V, um dos mais faustosos soberanos portugueses que reinou entre 1706 e 1750. A fluidez económica então registada, em larga medida resultado do ouro do Brasil, permitiu a contratação de artistas estrangeiros, como o francês Pierre-Antoine Quillard, a quem se atribui o retrato do monarca. O elevado cargo de pintor régio que detinha foi, após a sua morte, ocupado por Vieira Lusitano, artista de formação romana e autor do São Pedro e do São Paulo pregando, aqui expostos.
O núcleo de ourivesaria civil oferece uma amostragem da produção nacional entre o Barroco e o Rococó. Entre outras peças, merece destaque um saleiro-pimenteiro de formato piramidal cuja execução se atribui a João Frederico Ludovice, mestre-ourives de origem germânica que chegou a arquiteto e conselheiro artístico de D. João V, com papel destacado na obra do convento de Mafra.
O mobiliário foi, na sua quase totalidade, executado no reinado de D. José (1750-1777), primogénito de D. João V, e nele avulta uma imponente cómoda-papeleira em pau-santo ricamente entalhada. Mais sóbria, mas não menos interessante, é a cómoda também em pau-santo com ligeira ondulação (frente e ilhargas) e ferragens originais em prata, sinal da excelência deste móvel.