Sala dos Presépios
Decorada com silhar de azulejos seiscentistas, esta pequena sala alberga parte importante da coleção de presépios e figuras de presépio do Museu, arte com longa tradição em Portugal. De especial qualidade pela modelação e policromia são os dois grupos em terracota representando a adoração dos pastores que integraram na sua origem um presépio mais vasto, seguramente composto por dezenas de outras peças. Foram executados por Silvestre Faria Lobo, importante entalhador e presepista da segunda metade do século XVIII.
Menos erudito mas igualmente interessante é o presépio exposto numa estrutura em madeira envidraçada, conhecida por maquineta, trabalho executado por um dos muitos imaginários nacionais que permaneceram no anonimato. A utilização do papel dourado, a presença das plantas secas ou de flores em tecido leva a crer que a montagem das peças tenha sido feita por uma mulher, provavelmente uma freira, sendo comuns os trabalhos deste tipo existentes nos antigos conventos femininos.
Não se tratando de figuras associadas à natividade, as delicadas esculturas em barro de Maria Madalena e São Jerónimo foram modeladas por António Ferreira, afamado presepista de inícios de século XVIII e coautor com seu pai Dionísio do grande presépio da Madre de Deus (Museu Nacional do Azulejo).
De autor não identificado é uma Sagrada Família protegida por maquineta de fixação parietal ornamentada com motivos dourados sob fundo encarnado. Verdadeiramente singular, o interior reproduz um ambiente decorativo de feição nobiliárquica setecentista, com silhares de azulejos, teto pintado, piso mimetizando o tradicional enxaquetado em mármore branco e negro, e cinco pequenos quadros com rosas pintadas sobre vidro.
