Retrato de D. João, príncipe regente
Nicolas Delerive (c. 1755-1818)
Desenho a lápis sobre papel, c. 1803
Inv. 772
Mais conhecido por se ter dedicado à pintura de género, Delerive deixou-nos também alguns retratos, como o do conde da Barca (Museu de Artes Decorativas Portuguesas – FRESS) que executou logo após ter chegado a Portugal, onde permaneceu durante cinco anos. Em 1800, após uma estadia em Espanha, estabelece-se definitivamente em Lisboa onde acabará por morrer dezoito anos mais tarde, período que se encontra ainda bastante obscuro no respeitante à sua actividade. Continuará a dedicar-se ao retrato, vindo a representar o príncipe regente, futuro D. João VI a meio-corpo (Palácio Nacional de Queluz) e a cavalo (Palácio Nacional da Ajuda), num grande retrato equestre que “não saiu famoso” no dizer de Cirilo Volkmar Machado. De assinalável qualidade, o presente desenho apresenta algumas afinidades com o retrato conservado em Queluz, datado de 1803, podendo ter antecedido ou precedido a sua execução. D. João fita directamente o espectador e veste casaca de veludo enriquecida com condecorações: a placa e banda das três ordens militares (Cristo, Avis e Sant’Iago), a placa da ordem de Carlos III de Espanha e, pendendo do peito, a insígnia do Tosão de Ouro.
